Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=FDJbW2lsYiU e deixe-se envolver pela mensagem, pelo ritmo e pelas imagens de uma melodia que nasceu com identidade marcante.
A música Jatobá é uma criação artística relaxante, reflexiva e gostosa de se ouvir. Ela leva o ouvinte a adentrar as paisagens naturais do Brasil à procura de uma árvore gigantesca, que logo se faz presente para quem está atento à vegetação. Essa árvore chega a medir 40 metros de altura e pode estar nas florestas ou no cerrado, mas também numa praça, à beira de uma estrada, isolada em uma pastagem, no pátio de uma escola ou no estacionamento de um prédio público, por exemplo. Para quem gosta, seu nome científico é Hymenaea sp.
Madeira dura e resistente foi o principal motivo da sua vigorosa derrubada, ao longo das décadas medianas do século XX, quando o país, especialmente a região Sudeste, se urbanizava. A abertura das propriedades rurais durante a fase de interiorização da cafeicultura provocou o quase desaparecimento da espécie, especialmente no bioma Mata Atlântica. As exportações da madeira também contribuíram para a redução dos indivíduos.
No Cerrado e na Amazônia, porém, o jatobazeiro ainda tem um pouco mais de sossego, especialmente nas áreas que não foram desmatadas para se colocar capim ou soja. Entre os povos indígenas e as comunidades tradicionais, o jatobá é amplamente utilizado. Da polpa se faz a farinha e o leite vegetal, que resultam em mingaus e em outras tantas receitas. A casca do fruto e do tronco, bem como a seiva, são utilizadas na medicina natural. Da resina se fazem remédios cicatrizantes para pessoas e animais. As flores são apreciadas pelas abelhas na produção de mel, que também utilizam a resina presente no tronco para a produção de própoles para as suas colmeias. Suas raízes profundas buscam água nos lençóis subterrâneos, contribuindo para a evapotranspiração, que resulta na formação das nuvens.
Em vídeo, a música ilustra fases do processamento manual da farinha de jatobá, retratando a coleta (que ocorre após a queda espontânea), a quebra do fruto com martelo, a separação da polpa e da semente, a torra em farinheira tradicional de mandioca e a peneiragem, chegando à farinha, de onde se fazem o licor, o bolo, a geleia e tantas outras delícias saudáveis e nutritivas. O jatobá é rico em ferro, cálcio, magnésio, fibras naturais e outro nutrientes.
No poema, a autora (Izabel Castanha Gil) procura demonstrar o papel do jatobá na natureza, o seu uso pelas populações tradicionais e as inovações contemporâneas, utilizando tecnologias de alimentos para o desenvolvimento do vinagre e das receitas para pessoas que têm restrições alimentares, especialmente a intolerância ao glúten e à lactose. Ela também chama a atenção para a quase extinção da espécie e a necessidade do resgate. A melodista e vocalista (Cida Ajala) dá-lhe um toque intimista, reflexivo, profundo. O arranjo musical (de Anselmo Ferreira) prioriza instrumentos acústicos como viola, violão, flauta e percussões com chocalhos feitos com sementes e outros objetos naturais. O ritmo lembra a música andina, tão presente na costa ocidental da América do Sul. O conjunto faz bem à mente e à alma, não tenha dúvida.
Você pode obter os produtos derivados do processamento retratado no vídeo acessando a plataforma www.emporioflamejante.com.br. Torne-se parte desse movimento de resgate das tradições, que se ressignifica no extrativismo responsável. Você se beneficia com os alimentos saudáveis e com o prazer de fazer parte de um movimento socioambiental; nós trabalhamos para que as tradições se perpetuem e para que o bioma Mata Atlântica seja regenerado no extremo oeste paulista, onde a experiência acontece na prática.
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