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Texto publicado originalmente na revista digital Latitude 21, edição de agosto de 2024.

Link da matéria: aqui

Por Ana Cecília Bruni | Comunicação Instituto Auá

Assim como o jatobá, uma diversidade de frutas nativas do bioma Mata Atlântica foi esquecida ou ainda é desconhecida de uma grande parte da população brasileira. Grumixama, araçá, cambuci, juçara, jerivá, caraguatá e muitas outras espécies são riquíssimas em benefícios nutricionais e muito versáteis na gastronomia. Seus sabores são únicos e quando transformados em pratos ou bebidas, encantam imediatamente aqueles que os experimentam. Muitas destas frutas ainda despertam memórias afetivas, de um tempo em que eram encontradas nos pomares e quintais. 

Porém, os ciclos econômicos do café, do gado e do eucalipto na região do bioma, bem como seu desmatamento, tornaram a presença destas preciosidades cada vez mais raras na mesa das pessoas. Além disso, a colonização do paladar e o marketing influenciam a procura e a valorização das frutas estrangeiras pelos brasileiros. 

Estruturar e fortalecer a cadeia produtiva das frutas nativas da Mata Atlântica, cultivadas especialmente no estado de São Paulo, em escala familiar, depende do engajamento e da formação de uma rede de atores que promovam desde pesquisas de campo até melhores práticas de manejo e beneficiamento, assim como a comercialização e o consumo. O desconhecimento do mercado e dos consumidores em relação aos frutos nativos da Mata Atlântica ainda é o maior de todos os desafios. Desde 2009, no entanto, o Instituto Auá de Empreendedorismo Socioambiental, organização sem fins lucrativos localizada em Osasco, São Paulo, abraçou a missão de contribuir com a conservação do bioma por meio do ecomercado. A partir da produção agroecológica e da restauração ecológica produtiva com espécies nativas da Mata Atlântica, envolvendo agricultores familiares no entorno da Serra do Mar Paulista, o Instituto Auá não só estimula este elo da cadeia, como também vem investindo recursos nas áreas comercial e logística, viabilizando o mercado principalmente na Grande São Paulo. 

Tudo começou com a Rota do Cambuci. A Rota do Cambuci é um movimento de resgate da fruta nativa cambuci, que reúne quatro frentes de atuação: a gastronômica, turística, a de pesquisa e o arranjo produtivo. O movimento envolve desde agricultores, artesãos, gestores públicos, chefs, nutricionistas, artistas, sociedade civil, universidades, comerciantes, entre outros, e realiza, com apoio do Instituto, festivais anuais para divulgar o fruto e a sua cultura, movimentando o turismo local dos municípios participantes e gerando renda para diversas famílias. 

A partir da reunião dos agricultores da Rota do Cambuci, o Instituto Auá passou a coordenar, em 2014, o Arranjo Produtivo Local (APL) Agroecológico da Mata Atlântica, que foi reconhecido em 2020 pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo. Atualmente o APL produz, por exemplo, 20 toneladas anuais de cambuci, seguindo princípios do comércio justo e da agroecologia. Os frutos congelados e produtos derivados são armazenados pelo Instituto Auá em um galpão próprio de 500 m2 e destinados aos setores do Food Service, Varejo, Indústria Alimentícia e Hotelaria. Já são muitos chefs e restaurantes criando receitas autênticas e saudáveis e uma série de empresas desenvolvendo produtos como cervejas, kombuchas, geleias, molhos, chocolates, sorvetes, entre outros, com os sabores nativos. Estabelecimentos engajados com a causa da sustentabilidade vêm comercializando os produtos derivados para seus públicos e sensibilizando os consumidores para a conservação dos biomas brasileiros e de sua biodiversidade. Para armazenar produtos da biodiversidade mantém o galpão Armazém Biomas, instalado em Osasco/SP. 

O que começou com um movimento para resgatar o cambuci da lista de espécies ameaçadas de extinção pela IUCN e hoje conta com um Arranjo Produtivo, ganhou ainda mais corpo com as ações do Instituto Auá. O Instituto criou a própria marca de produtos, o Empório Mata Atlântica, que leva para o público picolés e cremes nos sabores Uvaia, Cambuci, Juçara e Jabuticaba, além de polpas destes e outros frutos nativos. 

Mas o Instituto Auá não parou por aí e decidiu apostar no fortalecimento das cadeias produtivas de outros biomas, abrindo seu galpão e equipe comercial e logística para apoiar cooperativas como a Central do Cerrado e marcas amazônicas ou da caatinga.

Fundado pela agrônoma Ondalva Serrano em 1997, O Instituto Auá tem como propósito promover alternativas econômicas mais sustentáveis e que valorizam a vida em todas as suas formas. Auá significa “gente” em tupi e aposta no potencial humano e no empreendedorismo socioambiental para promover impactos positivos. 

Acredita que aumentar a produção de alimentos agroecológicos e agroflorestais representa a luta pela Floresta em Pé. E para reforçar esta causa, lançou recentemente a Campanha Guardiões da Mata Atlântica, para fortalecer pequenos produtores agroecológicos situados na faixa da Mata Atlântica, onde produzem frutas nativas e seus derivados, respeitando os saberes tradicionais e a biodiversidade

Para se tornar um Guardião da Mata Atlântica, a proposta é que chefs e estabelecimentos comerciais ligados à alimentação e à gastronomia, desenvolvam e incluam em seus cardápios receitas de pratos ou bebidas que levem os frutos nativos, como já vem fazendo o Athenas Restaurante e o Bar dos Arcos. No caso dos estabelecimentos comerciais, a ideia é que comercializem os produtos derivados e comuniquem a causa. As indústrias alimentícias podem incorporar os ingredientes em novos produtos, como já faz a Bacio di Latte. Para isso, o Instituto oferece aos guardiões peças de comunicação visual para os pontos de venda e conteúdos para as redes sociais. As empresas participantes podem receber o Selo Guardião da Mata Atlântica, uma vez que estão ajudando na conservação das florestas e na geração de renda para famílias que estão preservando o bioma com a agricultura agroecológica. 

Para além da inclusão dos frutos na gastronomia e no mercado de alimentos, empresas Guardiãs da Mata Atlântica também podem patrocinar projetos que envolvam plantios com restauração ecológica produtiva e capacitação e infraestrutura para agricultores

Se você se interessou em fazer parte e se tornar um guardião da Mata Atlântica, visite a página https://guardioesdamataatlantica.brizy .site/ siga o Instituto Auá nas redes sociais @institutoaua ou entre em contato pelo Whatsapp 11 99643-2597 (Daniel Back, coordenador da campanha) ou ainda pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. 

O trabalho de Latitude 21 Frutos Nativos integra a Campanha Guardiões da Mata Atlântica, cuja aquisição do selo está em fase de estruturação.

Texto publicado originalmente na revista digital Latitude 21, edição de agosto de 2024.

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Por Ana Cecília Bruni | Comunicação Instituto Auá

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