O Projeto Jatobá, idealizado pela professora doutora Izabel Castanha Gil, ganhou destaque na edição de 2024 do Mesa São Paulo, evento gastronômico realizado no Memorial da América Latina. Trata-se do maior evento de gastronomia da América Latina, por onde passam alguns dos chefs mais renomados do mundo.
O Projeto Jatobá é uma proposta socioambiental, que objetiva regenerar parte do bioma Mata Atlântica ocidental, produzir alimento saudável, organizar a cadeia produtiva do fruto nativo jatobá, gerar trabalho e renda e vivenciar educação ambiental entre os envolvidos.
Iniciou-se em 2020, no extremo oeste paulista. Promove a coleta e processamento do fruto nativo jatobá (Hymenaea sp.), identificando jatobazeiros remanescentes nos campos e nas cidades, uma vez que se tornaram escassos devido ao aproveitamento de sua madeira nobre.
A partir da farinha são preparados inúmeros alimentos com receitas tradicionais e outras mais elaboradas, usando técnicas da alta gastronomia. Também investe em P&D para aproveitamento da casca, semente e resina.
O evento Mesa São Paulo apresenta vários segmentos, entre eles, o Mesa Tendência. A convite do pesquisador Daniel Gomes, diretor regional da Agência Paulista de Tecnologia para o Agronegócio (APTA), o Projeto Jatobá apresentou-se no Mesa Tendência, dia 23 de novembro. O pesquisador contextualizou o órgão vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura e a coordenadora Izabel Castanha Gil teceu o histórico e os propósitos do Projeto Jatobá.
Acreditando no Projeto, o famoso chef de gastronomia Rodrigo Jatobá, conhecido como Rodrigo Mocotó, deu-lhe brilho especial. Com seu assessor chef Alê, apresentaram dois produtos criados com a farinha de jatobá: o panetobá (panetone com jatobá) e a sobremesa pavlova com frutas tropicais, com toque de jatobá.
Nascida em Tupi Paulista e residente em Adamantina, São Paulo, Izabel Castanha Gil é professora, pesquisadora, escritora, ativista ambiental e defensora da cultura regional. Com uma trajetória marcada pelo envolvimento em iniciativas culturais, ela representou São Paulo na 4ª Conferência Nacional de Cultura, realizada em Brasília, e participou da Bienal do Livro de São Paulo, lançando obras como "Três Meninas e um Cavalo" e "Conta Outra, Vovô" Nesse mesmo evento, lançou a 2a Antologia de Contos, Crônicas e Poemas Regionais, em coautoria.
Coordena o Projeto Jatobá, criando uma rede de cooperação técnica, científica, solidária e comercial voltada à organização da cadeia produtiva do jatobá.
O jatobá faz parte dos hábitos alimentares, medicinais e místicos dos povos indígenas e comunidades tradicionais. Em sociedades com hábitos urbano-industriais, o jatobá apresenta-se como fruto e ingrediente exótico. Suas propriedades nutricionais vêm despertando o interesse de quem aprecia os alimentos saudáveis e sem glúten, porém, ainda em fase de construção de memória olfativa, daí a importância das experiências gustativas.
Além do aspecto culinário e gastronômico, o Projeto Jatobá incentiva o extrativismo, que se caracteriza por preservar a floresta em pé. Já são mais de 12.000 mudas plantadas, multiplicando-se nesta estação chuvosa.
Inspirados no jatobá, microempreendedoras/es de várias cidades têm criado produtos criativos, como bordados, papelaria, pinturas, músicas, licores, geleias, confeitos, sorvetes, vinagre, bolachas amanteigadas, massas enriquecidas, barrinha de cereais e outras delícias. Parte desses produtos está disponível na plataforma experimental www.emporioflamejante.com.br.
O jatobá, além de ser rico em nutrientes, possui um sabor único, que pode ser explorado em diversas receitas. Entre os benefícios do jatobá estão:
O sucesso do Projeto Jatobá no Mesa São Paulo 2024 evidencia que a união entre gastronomia, extrativismo, reflorestamento e cultura pode gerar impacto positivo na sociedade.
Para mais detalhes sobre o Projeto Jatobá e sua participação no Mesa São Paulo 2024, confira a matéria completa no site do jornal Impacto Notícias.
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