Texto publicado originalmente na revista digital Latitude 21, edição de agosto de 2024.
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Por Bell Arelhano e Letícia Arelhano
Há muitas maneiras de expressar artisticamente a beleza que nos agrada aos olhos, e uma delas é o bordado, arte eternizada por mãos habilidosas e sensíveis que manuseiam agulhas, linhas e tecidos. O Ateliê Doce Amor é uma empresa familiar que produz amor nos mínimos detalhes, transformando tecidos, costura e bordados em um grande mundo mágico.
Me apaixonei por essa expressão artística e, no ano de 2019, abri o ateliê em Tupi Paulista. Meu desafio, com o apoio da minha mãe de 82 anos (a Vó Neide), é transpor a objetividade da máquina, atribuindo emoção a cada criação. E isso é feito a partir da concepção do trabalho a ser executado, na escolha do melhor tecido, de desenhos personalizados e das cores que encantam.
Antes do primeiro ponto, realizam-se escolhas em sintonia com o desenvolvedor das matrizes, meu grande e atencioso parceiro Christopher Bessa (programador de matrizes). A máquina dá forma a um universo criativo conectado com clientes que confiam nesse mágico trabalho. Junto com o produto vai também a minha paixão pela criação e pela busca da perfeição nos detalhes. Entre enxovais personalizados para quartos infantis, bolsas e nécessaires femininas, artigos religiosos e outras criações, um fruto inusitado, a convite da professora Izabel Castanha Gil, passou a povoar o meu mundo criativo: o jatobá.
Pensei nesse fruto e em tudo que o envolve: o bioma do qual ele faz parte, os animais que o consomem e outros que vivem no seu entorno, os insetos que se deliciam com o néctar das flores que o antecedem. E como é linda a flor do jatobá! Assim, nasceram as opções para decorar panos de prato, toalhas de mesa, toalhas de visita, jogos americanos, almofadas decorativas, cestos de pães, bolos e biscoitos feitos com a nutritiva farinha do jatobá, produzida pela Latitude 21 Frutos Nativos, entre outras criações.
Texto publicado originalmente na revista digital Latitude 21, edição de agosto de 2024.
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Por Ariane Naches Panini
A Patuá oficina produz objetos em madeiras de poda, como cipreste, araucária, pitangueira, nespereira, entre outras e também madeiras de reúso, como aroeira que foram cercas de sítios, imbuia de uma cadeira quebrada encontrada na rua e também sobras de madeiras ganhadas de marceneiros, como jacarandá da Bahia, cerejeira, jaqueira e cedro.
Para o projeto jatobá, a madeira utilizada foi um dia cruzeta de poste, madeira muito dura e resistente. O objeto principal da produção é o colar aromatizador, que é um colar com orifício para ser usado com óleos essenciais, mas também são produzidas luminárias, objetos decorativos e brinquedos.
Texto publicado originalmente na revista digital Latitude 21, edição de agosto de 2024.
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Por Gustavo e Hyngrid
Salve comunidade. Somos Gustavo e Hyngrid, um jovem casal de artesãos de uma cidadezinha chamada Rinópolis, localizada no oeste paulista. Há cinco anos juntamos nossas vidas e, de lá para cá, casamos nossos talentos com objetivo de criar acessórios artesanais que, além de beleza, carrega simbolismos, significados e histórias das matas e povos originários do nosso território.
Para confeccionar nossas peças usamos o macramê, uma técnica de tecelagem que dispensa o uso de ferramentas ou máquinas, sendo necessárias apenas as mãos para, através dos nós, desenvolver os adornos. Além de pedrarias diversas e miçangas, usamos madeiras e fibras vegetais como matéria prima do nosso trabalho. Uma das espécies vegetais mais versáteis e simbolicamente importante para nossa região é o Jatobá (Hymenaea sp.), cujo nome oriundo do idioma tupi guarani significa “árvore com frutos duros”.
A madeira desta árvore, considerada como patrimônio sagrado do Brasil, é pesada e resistente, garantindo durabilidade e bom acabamento nos amuletos produzidos. A elegância da sua coloração, que varia do vermelho salmão ao marrom alaranjado, garante peculiaridade e sofisticação, além de evidenciar esteticamente os grafismos feitos com pirografia – a arte de grifar com fogo. Também são usadas a casca do fruto e a resina (âmbar) para compor o design dos acessórios.
Para além do uso desses acessórios como enfeites para o corpo, objetivamos que seu uso seja também direcionado ao embelezamento do ser. Este propósito se materializa através do resgaste histórico e das mitologias em torno do jatobazeiro, bem como por meio dos grafismos, predominantemente de matriz indígena, que usamos para transmitir valores e conceitos impregnados nas peças.
Texto publicado originalmente na revista digital Latitude 21, edição de agosto de 2024.
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Por Geisa Simionato Ambrósio
Que a gastronomia é uma arte, ninguém discorda. Mas como fazer arte de um produto usado na gastronomia? Vamos lá... Sou pedagoga especialista em gestão escolar e trabalho há mais de vinte e cinco anos na área. Mas o que uma pedagoga vem falar de arte numa revista de gastronomia???
Calma... já vou explicar. Como eu disse, trabalho em uma escola, onde tive contato com um projeto sobre a valorização de frutos nativos e regionais com destaque para o jatobá – fruto presente na Mata Atlântica, vegetação original que cobria o oeste do estado de São Paulo, onde resido. Como também sou artesã, fui convidada a produzir uma peça utilizando o fruto.
O artesanato sempre ocupou um lugar de destaque na minha vida. É através dele que me realizo, me conecto comigo mesma e com a minha fé. Desde bem jovem aprendi a arte dos trabalhos manuais, passeando pelo bordado, pintura, crochê, costura e estacionando na produção e restauração de peças sacras em gesso e madeira. Meus produtos são delicados e procuro dar um significado especial à religiosidade das pessoas, que é bem acentuada, principalmente nas cidades do interior, criando peças customizadas para atender os clientes mais exigentes.
Gosto de desafios, de criar peças novas, então aceitei a empreitada. Já conhecia o jatobá da minha infância, então a tarefa ficou mais fácil. Pensei em criar um produto diferente do que estou habituada a fazer – uma coisa mais rústica, pra mostrar a beleza natural do fruto, mas que também fosse atual e acompanhasse as tendências da decoração. E assim nasceu o colar de mesa Jatobá Maxi
O colar é usado como adorno desde os povos primitivos. No Brasil, os indígenas já os usavam, com penas e sementes. Também na época da escravatura, os negros usavam cordões com amuletos acreditando que espantavam o mau-olhado. Várias religiões usam os colares ou objetos parecidos como os terços e a japamala como sinais de fé e em rituais e celebrações. Na decoração, a inovação veio com seu uso em tamanhos maiores para enfeitar mesas, aparadores e até paredes.
Criei o colar com a casca do jatobá, que é dura e tem aspecto de madeira e cor que varia do bege ao rosado por dentro e marrom brilhante por fora. Essas cascas, que seriam descartadas como material orgânico depois de trituradas, são cortadas em pedaços, higienizadas, impermeabilizadas (já que o produto é natural e pode ser atacado por insetos e fungos), pintadas e envernizadas uma a uma. Para a junção das peças utilizo o fio de rami, que também é uma fibra natural, e completo a criação com contas de madeira. O destaque fica para o pingente, que traz a casca inteira de um fruto.
A peça foi pensada para pessoas que gostam de valorizar o que é natural: preferem as formas orgânicas, a irregularidade dos materiais e o aconchego do produto feito manualmente para decorar seus lares ou ambientes de trabalho. O colar de mesa é mais uma prova de que o jatobá é muito versátil e que dessa árvore tudo se aproveita.
Texto publicado originalmente na revista digital Latitude 21, edição de agosto de 2024.
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Por Denis Daniel de Oliveira, acadêmico de turismo pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), indígena do povo Terena e Guarani/Kaiowá
A agência e operadora VAMÁ ETNOTUR surgiu como um grande sonho de inclusão dos povos indígenas nos roteiros de turismo do estado, seguindo os princípios e estratégias da economia criativa, valorizando os produtos encontrados nas comunidades locais. e apresentar formas da economia criativa através dos produtos encontrados nas comunidades locais.
Vamá na linguagem Terena significa jatobá. O Jatobá é uma fruta encontrada em nossas florestas e que contém grandes propriedades medicinais e alimentícias. O jatobazeiro é considerado nossa árvore mãe do Cerrado, sendo sagrada para o povo terena.
Desde 2020, sou membro atuante do Coletivo Vamá, um grupo de indígenas agricultores, artesões e pesquisadores que têm como objetivo alinhar os conhecimentos tradicionais e científicos. Durante a pandemia covid-19, o coletivo Vamá desenvolveu kits de prevenção ao corona-vírus e um dos itens era a seiva do jatobá, tornando-se uma grande aliada na prevenção da doença. Nessa época já podiam ser percebidas as possibilidades e oportunidades de benefícios do jatobá para a saúde e possíveis fonte de renda para as nossas comunidades e para a sociedade.
Uma das oportunidades de geração de renda tem sido o turismo nas comunidades indígenas, valorizando a cultura, meio ambiente e os recursos disponíveis na natureza. O jatobá tornouse o principal elemento para a elaboração e fomentação de roteiros turísticos alinhadas ao conhecimento indígena na extração de poupa e farinha. Nesse roteiro inclui-se a vivência com os coletores indígenas, especialmente na Aldeia Lalima, onde os turistas podem conhecer Genildo de Arruda, do povo terena. A participação nas ações e atividades do coletivo abrangeu inspirações na área da pesquisa acadêmica, construindo pontes interdisciplinares no âmbito cultural, social, ambiental e econômico
A agência proporciona experiências com o povo terena, na cidade de Miranda no estado do Mato Grosso do Sul
No Estado do Mato Grosso do Sul há 9 povos indígenas, entre eles estão os terena. Estima-se que a população Terena some 16 mil habitantes e seus territórios estão localizados nos municípios de Aquidauana, Miranda, Anastácio, Dois Irmãos do Buriti, Sidrolândia, Nioaque e Rochedo (IBGE, 2021).
Miranda é um município localizada na região Centro-Oeste do Brasil, no estado de Mato Grosso do Sul. É considerado como a porta de entrada para o Pantanal. Sua paisagem natural contém peculiaridades marcantes, por se constituir numa zona de intersecção dos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal Sul-mato-grossense. Também faz parte da rota turística Pantanal-Bonito, destacando-se como importante destino ecológico e de natureza.
Por via terrestre, o acesso é feito pela BR-262, a mesma rodovia que leva a Aquidauana, Miranda e Corumbá, interligando com a rodovia MS-178. A localização estratégica, o ambiente ainda preservado, bem como a forte presença da cultura indígena garantem ao município de Miranda uma condição única, que temos o prazer de apresentar aos turistas. A Agência Vamá Etnotur promove roteiros e pacotes turísticos nas comunidades indígenas, também com o objetivo de fortalecer ações de educação ambiental e geração de trabalho e renda para os envolvidos. As parcerias com a empresa Floresta Brasil e Latitude 21 vêm ampliando a atividade extrativista, oferecendo novas oportunidades às famílias locais e para as associações indígenas. Esse esforço vem crescendo em cooperação, resultando em experiências únicas para os turistas que podem desfrutar do modo de vida tradicional dos terena.
As atividades estão diretamente ligadas aos costumes e tradições do povo terena, ressaltando o protagonismo dos indígenas na preservação da cultura e na proteção das florestas. A agência proporciona o turismo sustentável e responsável e permite o acesso a novas demandas para o trade turísticos da região. Entre os roteiros de etnoturismo da agência Vamá estão a vivência com a cerâmica terena na aldeia Cachoeirinha e aldeia Babaçu, vivência da Noite Cultural Terena na comunidade Indígena Boa Esperança, extrativismo sustentável na comunidade indígena da aldeia Lalima e visitação nos projetos agroflorestais, na aldeia Mãe Terra.
Texto publicado originalmente na revista digital Latitude 21, edição de agosto de 2024.
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Por Sônia Moreno, fundadora da Moreno Gengibre
Sabe aquele xarope que nossas avós preparavam para toda a família? Um desses santos remédios caseiros é o xarope feito com cascas, folhas, sementes ou raízes. Inspirada nessas tradições, recriei o xarope da casca do jatobá com manjericão e mel, que tem despertado o interesse de pessoas de todas as idades. Ele é expectorante, analgésico, adstringente, balsâmico, descongestionante, diurético, cicatrizante, estimulante (afrodisíaco) e combate infecções intestinais, tornando-se um verdadeiro aliado de quem busca uma vida saudável e natural.
Coleciono uma infinidade de depoimentos positivos, que me deixam muito orgulhosa e motivada a continuar buscando soluções naturais e eficazes. A Moreno Gengibre, minha marca, tem essa pretensão e, por isso, fornece alimentos funcionais. Além do xarope de jatobá, também preparo o xarope de gengibre e uma infinidade de produtos com essa raiz poderosa. E para quem gosta de sabores exóticos, há uma coleção de doces glaceados, cristais de gengibre, amendoins saborizados, picles e outras delícias.
Texto publicado originalmente na revista digital Latitude 21, edição de agosto de 2024.
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